10 de maio de 2015

Meio Sem Jeito.

Meio Sem Jeito.
10/05/15.

- Mamãe.
A vida de operária me oprime, me castiga me atropela e me consome; hoje é o nosso dia pois que também sou mãe; como mãe conheço de cor e salteado a dimensão do meu sofrimento, como filha não tenho a visão muito clara do seu real valor; só sei que na realeza dos anjos você é a minha rainha; seja aqui no mundo carnal, ou acima da minha cabeça entre as nuvens no Mundo Espiritual.

Só existem duas palavrinhas para expressar os meus sentimentos: Ti amo!

Ti amo muito mãe! Não sei dizer isso em composição poética porque as intempéries do tempo e da vida fizeram com que esfriasse o meu dom da poesia. Já apareceram os meus primeiros cabelos brancos pra ferir a minha vaidade, a tinta castanho escuro disfarça aos olhos das amigas, mas não apagam as lembranças da minha consciência. Pouco a pouco as rugas em minha pele estão aparecendo, parece que já estou prevendo ainda mais tempestades sobre o futuro que em surdina mi espera. Enquanto o futuro não chega, reúno forças pra ti dar um forte abraço e coragem pra dizer que ti amo. Que ti amo muito mamãe!

Se amanhã eu tiver que prestar conta dos meus atos, não quero levar magoas de ti, mas o teu perdão porque sei de que onde estais eu estou em teu coração; assim também serei em relação aos meus filhos, que também são teus netos, e só agora descobri que ser vó é ser mãe duas vezes.

Mil vezes, porque não dois mil obrigada pelo o que você foi e fez pra mim, o que com certeza eu não tenha feito e nem fui para você.

Pelos meus bons procedimentos ti agradeço por ter sabido me educar e pelos meus maus procedimentos peço desculpa por ter sido talvez rebelde, não aquela filha exemplar como consigo ver na sua imagem.

Você com todas as letras é o meu porto seguro, o meu espelho! Pena que nem sempre eu soube me espelhar direito em sua imagem porque os tempos foram outros. As badalações e os compromissos do dia-a-dia impediram de eu ser aquela filha ideal obviamente de que tanto você de mim esperava.

Perdoe-me mãe. Nem que seja pela última vez..., mas sei que o seu coração é brando e perdoará sempre, quantas vezes forem necessários.

Mãe. Amém.


Jorge Cândido.





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