23 de agosto de 2011

Falhas de Memória.


Falhas de Memória
23/08/11

Um homem sábio auxiliava o filho nos seus afazeres; de idade muita avançada sofria de algumas falhas de memória, sempre repreendido pelo moço quando isso acontecia; o filho, já na casa dos trinta: - Papai, onde está isto ou aquilo? Fez o que eu ti mandei?-
Ficava um tanto furioso quando o pai não correspondia as suas expectativas.
O amor de pai falava mais alto, por isso o velho nunca retrucava para não gerar conflitos.
Diante de tanta pressão descabida, um dia de uma forma muito educada e amorosa decidiu dar o troco: - Meu filho. Ouça com paciência. – disse o velho. – Todos nós seres humanos falhamos. Não ti julgues perfeito, a ponto de achar que nunca se esquecerá de nada. Por exemplo: Você já esqueceu que eu sou o teu pai, por isso hoje mi trata com rudeza! E a educação primorosa que eu ti passei? Não está mais na sua memória, esqueceste?! Somos iguais em muitos aspectos, com a enorme diferença de que o inverno da vida deixou os meus cabelos brancos. O seu também, se não ti suicidar antes, envenenando-se com o seu mau humor, um dia vai estar branco; será que o teu filho o meu neto, com os maus exemplos que tu representa para ele, não vai ti censurar, assim como tu me censura agora?!

Jorge Cândido.

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