Somos Maus Samaritanos
17/11/11
Haja uma oportunidade qualquer, um convite apenas para o momento de laser e todos estarão dispostos a comparecer; convide-nos para prestar trabalho comunitário, voluntários por uma hora semanal em prol das pessoas que necessitam de ajuda e mil desculpas nos impedirão. O que acontece de fato conosco? E porque quanto mais tempo parado, menos disponibilizamos desse tempo que considero precioso, importante para a alma? Quantas pessoas necessitam de mão amigas para se limpar, se vestir, se alimentar; nas ruas, nas casas, nos leitos de hospitais, em casas de repousos; mas vinte e quatro horas por dia é pouco, não nos sobra uma hora semanal; mesmo não tendo nenhum compromisso, a não ser com o sofá da sala.
A explicação vem agora: somos mais compromissados com o egoísmo do que com a ação social. Mais com nós mesmos do que com o conjunto. Interessamos-nos demais pela nossa pessoa, e o interesse pelas causas espirituais é nula. As pessoas são vistas por nós mais como objetos que como seres iguais. Objetos descartáveis, uma vez não correspondam a nossa expectativa em questão de igualdade, não importa que estejam abandonadas, que abandonadas fiquem. Jesus deixou isso bem claro na parábola: Quem socorreu o homem ferido foi o samaritano considerado herege, os outros dois que trazia o crachá da religiosidade passaram de largo. Fingiram até que não tinham nada a ver com eles.
É lamentável.
Jorge.
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