9 de novembro de 2012

Águas Passadas.


Águas Passadas.
10/11/12.
Um homem sábio com seus sessenta anos de idade sentado numa pedra observava uma linda flor um palmo acima de pequenina fonte de águas cristalinas enquanto fazia ligeiro retrospecto analisando sobre o que é a vida. A água ali brotando das entranhas da terra formando a cabeceira de um regato que aumentava de tamanho até transformar evidentemente num grande rio. Ao lado sem nenhuma reclamação aquela única flor, um lírio não tão colorido, mas que ornamentava aquela singela fonte e o homem ali pensando, pensando, tentando traçar um parâmetro entre a sua vida, a vida humana com a paisagem inspiradora que ali se lhe apresentava. – Eu nasci – pensava o homem – de alma pura como esta água cristalina que nasce aqui, e tão belo como este lírio que enfeita apenas tão pequeno reduto da Natureza. Como esta água cresceu mi tornei adulto e percorri distância, como o rio recebeu muitas agressões e mim alma está tão poluída que não tem nada a ver com aquela que chegou ao mundo pelo processo da reencarnação, assim como o rio abaixo que está muito distante da semelhança com este pequeno veio. E o lírio que ora orna esta pequena orla com toda a sua beleza vai murchar, assim como eu que já me sinto murcho. Tudo de bom e de ruim da vida já conheci e nada mais me vai fazer  voltar a ser o que era até o dia do meu desencarne, quando o meu corpo pelo processo natural estará se transformando em energias; voltando ao laboratório da Natureza. Mas fica a essência de tudo que vi na vida e aprendi e que agora ainda vejo, mas que pagaria preço alto para não ver. Sinto que minha mente está poluída como o mais poluído dos rios e que nada mais fará voltar atrás, a ser o que eu era. Mas como este lírio que morrerá e outras flores hão de nascer, minha alma voltará em outro corpo trazendo sim as marcas do passado, mas com outra formação psicológica melhorada pelas experiências já vividas. Mim alma estará reciclada para viver novas experiências assim como esta pequenina fonte que cresce de tamanho durante o percurso até desembocar no mar.
Reflitamos.
Jorge.

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