Águas Passadas.
10/11/12.
Um homem sábio com seus sessenta anos de idade sentado numa
pedra observava uma linda flor um palmo acima de pequenina fonte de águas
cristalinas enquanto fazia ligeiro retrospecto analisando sobre o que é a vida.
A água ali brotando das entranhas da terra formando a cabeceira de um regato
que aumentava de tamanho até transformar evidentemente num grande rio. Ao lado
sem nenhuma reclamação aquela única flor, um lírio não tão colorido, mas que
ornamentava aquela singela fonte e o homem ali pensando, pensando, tentando
traçar um parâmetro entre a sua vida, a vida humana com a paisagem inspiradora
que ali se lhe apresentava. – Eu nasci – pensava o homem – de alma pura como
esta água cristalina que nasce aqui, e tão belo como este lírio que enfeita
apenas tão pequeno reduto da Natureza. Como esta água cresceu mi tornei adulto
e percorri distância, como o rio recebeu muitas agressões e mim alma está tão
poluída que não tem nada a ver com aquela que chegou ao mundo pelo processo da
reencarnação, assim como o rio abaixo que está muito distante da semelhança com
este pequeno veio. E o lírio que ora orna esta pequena orla com toda a sua
beleza vai murchar, assim como eu que já me sinto murcho. Tudo de bom e de ruim
da vida já conheci e nada mais me vai fazer voltar a ser o que era até o dia do meu
desencarne, quando o meu corpo pelo processo natural estará se transformando em
energias; voltando ao laboratório da Natureza. Mas fica a essência de tudo que
vi na vida e aprendi e que agora ainda vejo, mas que pagaria preço alto para
não ver. Sinto que minha mente está poluída como o mais poluído dos rios e que
nada mais fará voltar atrás, a ser o que eu era. Mas como este lírio que
morrerá e outras flores hão de nascer, minha alma voltará em outro corpo
trazendo sim as marcas do passado, mas com outra formação psicológica melhorada
pelas experiências já vividas. Mim alma estará reciclada para viver novas experiências
assim como esta pequenina fonte que cresce de tamanho durante o percurso até
desembocar no mar.
Reflitamos.
Jorge.
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