Ao Acordar.
25/12/13.
Ao Acordar me deparei assustado com uma imagem esquisita no
espelho, já ara Natal. Eu via a mim mesmo, mas não me reconhecia. Esta massa de
carne de desapareceu para dar lugar ao perispírito do meu ser com todas as
marcas das minhas reencarnações passadas. Era um fantasma? – pensei – Outra pessoa
que me visse assim como eu me via juraria ter se deparado com um terrível “dem...
ou dia...” tão horrível o meu aspecto, eu que tanto quando novo fui admirado
pela beleza física. Fiz um retrospecto minucioso em minha mente e lembrei-me o
quanto havia bebido, exageradamente na véspera, fui ao ponto de não lembrar
quantas doses. A boca amarga denunciando-me o fígado inchado jogando toxina no
sangue em abundância e desequilibrando o meu sistema nervoso. Parei e refleti:
- Deus. Quem sou eu?! Um filho Teu ou uma alma penada condenada a viver a
trágica sorte? – ao pensar assim ouvi uma voz fraca atrás de mim, era uma tenra
criança que não refletia no espelho, não o reconheci, mas esta criança mi
chamou de pai. Inspirado assim como por uma força divina me disse: - Papai.
Descansa em paz. A sua hora chegou. Serei mais um órfão mesmo antes de chegar à
vida adulta, de um pai que desconheceu os seus próprios limites e se entregou a
morte pelos exageros da bebedeira. – Belisquei a pele do meu braço imaginando
estar vivendo um terrível pesadelo, mas desfalecido em profundo sono, caí
definitivamente para não mais levantar.
Jorge Cândido.
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