Menino de Rua e a Consciência.
17/10/14.
Consciência: – Menino. Que fazes aqui tão encabrunhado, quem
você é, de onde tu veio?
Tu tens a cara suja e a tua roupa é amassada e rota; você
tão pequeno de alma marota.
Menino: - Eu não sou alguém, sou um Zé ninguém, filho do
acaso; não vou falar muito senão mi atraso; vou pedir meu pão, nada comi hoje e
você aí, tem um tostão pra dar?
C. : - Não meu pequeno. Eu tenho algo mais. Tenho um grande
amor, pequeno rapaz!
M: - Não fala de amor, sei que não mereço; não tenho pai e
mãe, não tenho endereço. Meus pais que pecaram e eu pago o preço.
C: - Não fala assim que de nada vale. Você quer trabalhar?! Quanto
vale o seu jornal? Fala que eu ti pago.
M: - Não sou registrado, não trago carteira, nenhum
documento. Faça chuva e sol é a rua que enfrento.
C: - Não meu pequeno. Você tem talento. Vamos lá pra casa
sai deste relento.
M : - Até que eu queria, mas não posso não. Deixa que eu me vire
pra ganhar meu pão.
C : - Meu pequeno amigo! Aqui tem só um vintém. Vem você
comigo, não vai se arrepender. É Deus que mi pede, não posso e nem devo negar. Deixa-me
eu ser seu fã. Eu sou a consciência, a consciência sã. Eu não sei rezar, mas aprendi
amar. Eu sou a sua luz, a sua ciência; sou um Jesus qualquer, tentando ti
ajudar.
Jorge Cândido.
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