Terceiro Milênio.
(mensagem de Natal)
18/12/14.
Estamos no século vinte um, Terceiro Milênio da era cristã
portanto; dois mil anos se foram e ainda estamos aqui encarando o Cristo mais
como uma tábua de salvação do que propriamente um exemplo vivo a ser seguido.
Os nossos desejos, (embora todos afirmam ao contrário) não vão além do horizonte
da morte. A nossa fé se resume em acreditar, em realizar grandes conquistas no
campo físico, no campo material. Em cada fim de ano pela ocasião do Natal
existe um despertar mais sublime; renova as esperanças; atravessamos esta data
como se estivéssemos penetrados no arco íris da felicidade sendo conduzido num
carrossel para o céu. Infelizmente é só um sonho, este período dura pouco, e em
breve a rotina volta, volta na estaca zero. . ., mas sem conseguir zerar
obviamente os problemas de dantes: as dívidas com a própria consciência.
Abraçamos e beijamos nestes dias felizes pessoas, inclusive as que nos foram hostis
ou que fomos hostis com elas durante o ano. Momentos difíceis de acanhamento e
resignação cuja duração na maioria dos casos depende do tamanho da festa, mas
com certeza não mais do que um punhado de dias. O verdadeiro sentido do renascimento
em Cristo fica meio despercebido pela maioria porque o que predomina e prevalece
nesta época é mais o sentimento de ostentação propriamente dito. Cada um quer
fazer melhor e mais bonito: O Natal mais brilhante; a maior árvore enfeitada; a
entrega do pacote de presente desejado; a fartura de comida e guloseimas
regradas de muito refrigerantes e bebidas alcoólicas. Tudo passa muito rapidamente,
e já no comecinho do ano seguinte recomeça a rotina de sempre. Dívidas a pagar;
ida aos hospitais em busca de tratamento da saúde desequilibrada pelo excesso
no Natal; retorno ainda meio cansado ao ambiente de trabalho porque a vida
apesar de tudo continua.
Aplausos acalorados para aqueles que conseguiram assimilar
alguma lição por menor que seja do espírito de Natal! Aqueles que entenderam
entre A e mais B que o mundo para ser melhor precisa ser um mundo mais humano,
mais fraterno e segue anos afora em estado de graça amando e perdoando
incondicionalmente a todos, que por maldade e ou por descuido, principalmente
por descuido lhes praticaram algum tipo de ação que não estava nos seus planos,
que lhes desabonasse. Natal é isso. É um dia de alegria e de festa, mas também
de reflexão. Não se deve deixar levar só pelo espírito de consumo, para não
correr o risco de ao invés de crescer espiritualmente ser consumido pelo
orgulho que o exagero desperta.
Jorge Cândido.
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