O Analfabeto Políto.
25/10/16.
Se mede o
conhecimento de um povo ouvindo as pessoas nos contra argumentos das conversas
despretensiosas.
O Analfabeto
Político não tem a capacidade por outros meios de enxergar a´lem mais do que os
seus próprios olhos enxergam, falta-lhe o senso crítico da imaginação.
Se ele e toda a
sua família estão bem empregados a idéia que ele faz das outras pessoas desempregadas
é: estão desempregadas por que querem.
Se a sua vida é
marcada pela tragédia da pobreza, da miséria, ele poderá imaginar que a vida
deva ser assim mesmo e se for uma pessoa humildemente religiosa pensa ser uma
determinação de Deus. Principalmente quando as informações não circulam de
forma livre e democrática para todos.
Falando de mim:
Até o início da década de setenta o Brasil que eu conhecia e imaginava era o
Brasil do desemprego (por tanto o desemprego não é coisa nova) ouvia falar
muito pouco da ditadura militar e suas conseqüências até quando comecei a
militar de forma muito tímido em alguns movimentos sociais quando então vim
aperceber que a repressão era grande.
Até então a visão
de mundo era estreita, era o que eu via no cinema e na televisão, e o que lia
nos jornais impressos.
Ouvia falar da
seca nordestina, mas era tão superficial que não conseguia enxergar a dimensão
do problema.
A África, por
exemplo, eu só conseguia ver em minha
imaginação animais e povos selvagens, era o que eu via no cinema; fiquei
surpreso ao descobrir que Johanesburgo era uma grande cidade próspera tanto
quanto São Paulo. Lembro-me ter lido em jornais um agente da CIA americana
passando pela Av. Paulista ficou surpreso ao se deparar com tantas agências
bancárias, para ele disse: - Eu pensava que os brasileiros passavam o dia
deitado em redes penduradas em árvores.
Então, quando se
diz de outras possibilidades O Analfabeto Político desconhece e ti corta a
conversa. Acontece o que acontecer o seu conhecimento político não ultrapassará
o horizonte donde os seus olhos possa alcançar.
Depois que tudo
passa é que a gente vai perceber o quanto se perde pela falta de informação e
vai lembrar que num certo momento da história a gente foi vítima de um sistema.
Não me esqueço de uma tarde de junho do ano de 1965 eu mais dois amigo quase
fomos presos por que estava em período de greve andando na rua; não podia
andar em grupo a perseguição policial era grande, ao toque da sirene policial
os dois amigos correram, por sorte minha e a deles não corri esperei a
abordagem, logo depois já na viatura os outros dois foram alcançados pela
viatura e fomos levado a meu pedido até a empresa em que trabalhávamos e o
patrão pediu para soltar-nos o que foi atendido. Isto soou como um
acontecimento nefasto, mas normal e necessário pensava eu, porque não percebia
a dimensão dos problemas políticos que a população estava passando. Foi o
período do calaboca. Só “hoje mais de quarenta anos depois, consigo entender o
quanto o país e o povo perderam com essa política de repressão.”
Jorge Cândido.
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