Medo do Medo.
17/09/17.
O medo na psicologia é o
sentimento mais destruidor da personalidade.
Existem pessoas que têm Medo do
Medo, ou seja: têm medo por sentir medo pois sabe que a partir daí a sua vida
estará uma bagaça, estará sem controle. Tem gente que não passa por baixo de
escada com medo da maldição, do azar. Quando vê um toco de vela caída ao redor
da sua casa sente vertigem, pensa que está sendo vítima de feiticeiros. Não vai
ao médico com medo do diagnóstico. Não vai ao cemitério com medo de que alguns
dos mortos a noite venha lhe assustar. Não encara a verdade com medo da
represália. Esconde as suas convicções com medo de se tornar vítima do
ridículo. E com Medo do Medo a pessoa por não encarar a realidade acaba por
cair num mau maior, numa situação ainda mais devastadora, a que mais deveria
ter medo: cai na depressão. Quando isto acontece a pessoa se tranca em seu
quarto físico e passa a viver a vida vegetativa, ou seja: sem atividade. Casos
há em que a pessoa não sai do quarto nem para tomar um copo d'agua, se torna
completamente dependente de alguns de seus familiares que sem eles morreria
desnutrida. Para não cair nesta redoma do medo a pessoa precisa ser mais ativa,
não pode e não deve descartar amigos, amizades. Quando si fala em amor fraterno
si fala de amizade. Hoje por conta da tecnologia e do medo as pessoas
dificilmente selam as suas amizades, o vizinho de porta em apartamento não sabe
o que se passa na residência do outro, se um vir a adoecer, a sofrer um mal súbito
morrerá sem ser socorrido por que o vizinho mesmo ouvindo barulho estranho com
medo de ser chamado de especula não vai se inteirar dos fatos. Esta é a
realidade atual de uma sociedade cuja moral está em decadência, o ser humano a
cada dia que passa vai si fechando mais e mais em seu reduto de isolamento e de
egoísmo. E por isso, por conta do egoísmo estamos pagando um preço caro, caro
demais. Quando o egoísmo fecha a porta para o entendimento, não há tranca, não
há sistema de segurança que funciona e que nos defenda. Tornamo-nos mais
frágeis do que uma barata em correria para si defender das chineladas. É por
isso que coisas espantosas acontecem debaixo do nosso nariz, passa despercebida
sem que nos dêem por conta.
Jorge Cândido.
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