Espinho Cravado.
18/03/18.
Reclama-se em demasia a dificuldade que temos em eliminar a
corrupção, uma das mazelas mais danosa para a sociedade, mais perturbadora só
perdendo para os assassinatos. É como um Espinho Cravado, mas na alma. Pior do que
o corrupto é o corruptor. O primeiro não sobrevive sem o segundo. A corrupção
sem que se aperceba, tem início às vezes nas trocas de gentilezas, nas atitudes
mais singelas como a de gratificar o agente público por nos conceder favores
nos colocando em primeiro plano na fila de espera por exemplo. Estamos neste
caso talvez inconscientemente levando o funcionário ou o agente público a fazer
uso de uma prática que antes não lhe havia despertado a idéia, mas que agora por conta das vantagens recebidas vê uma
grande necessidade de continuar. Por mais que a pessoa em questão seja
importante, que direito ela tem a mais de ser passada na frente da fila? A não
ser quando é de extrema urgência como no caso de uma pessoa agonizante na porta
do pronto socorro ou do hospital público. A comodidade nos leva freqüentemente
a corromper até as melhores almas; alimentamos pelo nosso vício um sistema
público que há séculos capenga traduzindo-se em dificuldades para a maioria que
realmente necessita.
Jorge Cândido.
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