Não ti Admiras.
09/08/13.
“Diante do quadro desbotado” da lembrança de muitas vidas
sem sentido;
Quando parece que a ilusão acabou;
O homem se debruça sobre os seus mais significantes
problemas como que querendo abraçar algo que ainda lhe resta.
Muitas criaturas passaram, algumas ainda guardada na
lembrança;
Algumas imagens tão antigas que parece só um pequeno detalhe
de um sonho...,
Pessoas que ficaram arquivadas na memória de um passado não
tão longínquo, mas já o suficiente para que todo o colorido da lembrança se
transformasse em branco-e-preto.
Ao acordar deste sono mais profundo, o homem procura quase
que em vão o aconchego do Senhor, como se fosse encontrar a última pedra
preciosa da sua não tão preciosa vida.
É a alma que agora já desprendida do seu corpo físico, mas
não dos seus bens, se sente como alma nua: despida de tudo e ausente de todos.
Não ti Admiras, mas ao procurar quase que em vão, encontra
no eterno perdão Divino outro significado: a de que a vida carnal é curta e a
espiritual é eterna; e que não vale mesmo a pena passar por este curto espaço
de tempo despercebido como se antes nunca houvera existido.
Jorge Cândido.
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