Beber do Cálice.
30/10/13.
“A Mãe de João e Tiago O procurou, estavam em reunião, pediu
a Jesus que os seus dois filhos estivessem com ele Jesus no Reino dos Céus, o
que causou certa estranheza, certo mal estar entre os outros apóstolos. Jesus
responde: não sabeis o que pedis, acaso beberão eles do cálice que eu hei de
beber? – disse olhando para os jovens – Sim. – responderam – É verdade –
continuou Jesus – mas quanto estar ao meu lado não cabe a eu decidir, mas sim,
Aquele que me enviou.”
Cálice nesta passagem do Evangelho tem o sentido simbólico
não só de sofrimento, mas também de conformação, de submissão a vontade de
Deus. Ninguém sofre como Cristo sofreu e nem é preciso sofrer, digo nas mesmas
proporções, e passa para o outro lado feliz com a sensação do dever cumprido. A
maioria joga fora logo de início mais da metade do cálice na primeira “dor de
dente”, ou no primeiro desejo não realizado.
A segunda questão é: “quanto estar ao meu lado não cabe a eu
decidir.” – Aqui Jesus está sendo categórico em afirmar que não é Deus e não
cabe a ele decidir e que precisa estar preparado para merecer tão divina
bênção, este tão almejado lugar no mundo espiritual, o que numa só vida não é
possível se preparar.
Moral deste texto: para o mundo espiritual todos vão, é uma
lei natural, mas para merecer um lugar de destaque é preciso estar muito bem
preparado o que não é possível numa só encarnação. O Espírito pode até bater na
porta do céu, como na questão de Dimas proposto por Jesus o bom ladrão, mas
bate e volta porque o céu só hospeda os bem comportados e não os delinqüentes.
Para consolar Dimas que sofria muito também na cruz respondeu: ainda hoje estarás
comigo no céu. Ou seja: você passará
para o outro lado da vida ainda hoje. O que também serviu de exemplo ao outro
ladrão que o desafiava porque não se conformava com o seu castigo ironizando
Jesus dizendo que ele não tinha poder algum com a clássica frase: “Salve-se
desta cruz e a nós também.”
E a última pergunta é: desde quando ladrão é Espírito do bem
é bom? Se Dimas ao invés de roubar houvesse se transformado em pedinte; pegando
donativos dos ricos para distribuir aos pobres, talvez de fato merecesse mesmo
um lugar bom no Mundo Espiritual.
São estas interpretações equivocadas que faz com que as
pessoas vão ficando descrentes das religiões, não é preciso ser tão inteligente
para entender isto, basta fazer pequenos exercícios de raciocínio.
Jorge Cândido.
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